Alguém lembra que no início de 2011, quando tomou posse a primeira mulher presidente (presidentA, por que não?) do Brasil, qual foi o “destaque” deste marco histórico?
A beleza de Marcela Temer, esposa do Vice-Presidente Michel Temer, e as já esperadas comparações entre ela e Dilma. E tais comparações fundamentadas exclusivamente pela aparência das envolvidas, como se isto tivesse qualquer relevância ao que se refere à política.
E como se não bastasse tudo isso, novelas exibidas em horário nobre mostram cenas com uma conotação extremamente machista. Para ilustrar tal afirmação, lembro de um capítulo da novela Fina Estampa, foi ao ar uma cena em que uma médica, perseguida e assediada por um rapaz jovem e bonito, acaba cedendo às investidas dele e age passivamente.
O personagem masculino ainda afirma que “sabe do que ela precisa”, o que remete ao pensamento de que toda mulher só está completa se tiver um homem ao seu lado.
Uma simples cena de novela pode justificar e naturalizar um comportamento agressivo. As tentativas de diminuir a importância de uma mudança significativa em nossa política podem ser os primeiros passos para validar uma relação de poder norteada pela injustiça.
Por isso, defender a regulamentação daquilo que lemos ou assistimos é uma forma de prevenção à violência contra a mulher. Meios de comunicação sejam eles on ou off-line não são “terra de ninguém”, onde todo mundo fala o que quer e confunde liberdade de expressão como um passe livre para agredir e humilhar.
Uma coisa já aprendi e estou muito satisfeita: não, eu não quero e não vou ser Amélia. Seja ela mulher de verdade ou não,
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